domingo, 15 de março de 2009

As partes

Água parada dá câncer
sentimento guardado dá dengue.

Sofro com as oscilações
de movimento e pausa.

Dias de fogo-ação
conquista de novos caminhos.

Cara de pau.

Dias de água-sentimento
isolamento, depressão.

Cara de paisagem.

Quisera unir as duas partes pra um café... ou quem sabe um chopp,
mas sempre estão desencontradas.

quarta-feira, 11 de março de 2009

domingo, 8 de março de 2009

Mares


Ela num mar, ele no outro
Ele andando em cima das ondas
Ela olhando na linha do horizonte
Olhando e sonhando de olhos abertos
com o dia do retorno-tentativa.

Eram velhos conhecidos
trocavam sonhos, esperanças e saudades.
Ouviam o doce e ancioso cantar de um futuro encontro.
Acreditavam num solucionar da morte e numa possível vida latente saindo
pela janela de seus barcos que velejavam em mares tão diferentes.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Antes do mundo cair


No balanço Final de mais um ciclo
surge no finzinho do segundo tempo
aos 45 min. uma esperança:

"uma menssagem"

e ...

"é dela"

A gente aqui esperando essa tal Senhora Felicidade
roendo unha
bebendo lama
derramando o leite
pisando o pão...
e vendo o trem passar...

Não tinha vaga, "entre no próximo"

e é um tal de:

"o próximo"

"o próximo"

"o próximo"

que na verdade a única coisa
que se aproxima é o fim.

Mas... como nem tudo é martírio...
mesmo a poesia de dor
tem sua beleza
mesmo o drama
tem seu momento feliz
mesmo a solidão
tem espasmos de encontros.

Confesso que algo muito filosófico acontece em mim
quando penso na possibilidade
de estar ao seu lado.




Pára tudo!


Poesia de muito, é pouca!

... não tinha teto, não tinha nada

Observávamos aquele casal bonito e estranho.

Era um Menino Peixe e uma Moça Borboleta Ancorada.

Pobre Moça.... com asas tão bonitas e saudávaies não conseguia
voar, pois tinha os pés presos ao chão.

Formavam um belo par não fosse o peso que a Moça carregava nos pés.
Sofria!

De longe víamos seu olhar duvidoso, inseguro e apaixonado que
avistava o Menino Peixe.

O Menino só na maré mansa ... levando a vida no bico...
e a Moça na lábia.

Era um bom Peixe, era do bem... mas
plantava sonhos na pobre cabeça da Borboleta.... que nem se quer voava.

Não chegava a ser tubarão, era um peixe pequeno e medíocre,
mas a Moça insistia em enaltecê-lo.

Eu e meu surreal marido olhávamos a cena da janela
de uma casa muito engraçada,
que não tinha teto, não tinha nada.

E ali ríamos dos desencontros de peixes e borboletas.

Aquela casa que não tinha nada foi o motivo de nossa união,
eu cuidava da comida, ele dos cabelos.

Tudo ali, naquela casa muito engraçada,
sem teto, sem nada...
mas onde, pessoas felizes, brincavam marchinhas de carnaval.