terça-feira, 8 de julho de 2008

A moça do querer

sair de cena
sair de mim
na vedade nunca estou em casa
vou me convidar para jantar
será que eu vou estar?


"ela saiu, só volta de madrugada" - o porteiro diz

A moça do querer está
em qualquer lugar
onde sua luz possa arejar
em garrafas de vinho
em rodas de amigos
em fotos antigas
numa dança onde se abra roda

compartilho logo existo!
por que?
porque ela só existe quando vc olha!

pára de olhar e eu descanso um pouco....

ela só pode oferecer a sua própria angústia
que não pára numa única taça medíocre de vinho
num único desejo
ou num fingido elogio.....

se bem que "ando tão à flor da pele..." que qualquer elogio me faz chorar

E só queria aquelas malditas palavras

ela cata

"Killing me softly with his song"

chora
bebe
fuma
dança
escreve

só faz
não quieta nunca

sofre
canta
arteira
dorme por favor!
pára!

não descansa nunca

amigas distantes.......
me lembram sempre quem eu sou.....
se sou...
ou se fui.
já nem sei........

ela foi
se foi
alô?
saiu.
e tem volta?
nunca se sabe.
Ela foi pra não voltar

dançou
cansou
tremeu
tudo rodou
não aguentou e ...
entregou os pontos
porque amanhã é dia de cidade maravilhosa
de feira
de ensaio
de calçadão
de encontrar e sorrir
porque vale a pena porque encontro
porque sou só encontro

libra no meio do céu
planetas que insistem em estar fora.....
eu os chamo . . .
mas eles preferem a multidão da famosa casa 11

e ela continua
terminando em vazios três pontinhos

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Ele musical eu no silêncio

Abri meu caderno pra um estranho e ele gostou do que viu.....
foi só um jeito de Arnaldear

é indelicado tocar nos problemas?
e nas rendas?

Hoje tivemos leveza
Já não sei que dia é hoje
Na verdade nunca sei
Ando sempre fora do tempo
Sempre atemporal
Sempre com o poder da intemporalidade
Que diabo de palavra difícil!
Que coisa essa de não saber
De querer entender
E me faltam as palavras.....
Um mundo tão grande pra estudar
Que porra é essa?
Que dor é essa?
Que cala e que não sabe falar inglês!

Fiquei no caminho do diálogo,
Tentei um monólogo.....
Mas me parece tão chato
sem conflito
sozinho

Ando tão da noite
Tão...
à margem, clandestina
Quebrando mais regras, mais protocolos
Mais “achismos”
Com gringos
Com meninos
Sem me encontrar
Tanta gente e ninguém

Achei lindo quando vc me disse
“vc torna tudo tão vivo”

Músicas interrogativas me rondam...

Clichê. ok. ótimo. Vamos em frente mesmo assim,
Mesmo que nos critiquem... é só o que sabem fazer....
Porque senão o que poderiam fazer? criar?
Não acredito......

Porque falar de amor é clichê?
Foda-se.
O botão mágico do foda-se
e tudo caminha......
Saudade. Solidão. Medo e adrenalina
Vontade de arrancar a roupa e sair dançando nas esquinas, no meio da rua,
em mesas de sinuca

e agora toca uma música de fim de filme .... daquelas para gente chorar ... e entender
e foi nesse momento que vi
“uma estante cheia de livros entre a gente”

então fugi..... gritaram do alto
corra Lari corra!

e nessas andanças conheci um menino passarinho
amo tudo o que move
logo tudo o que voa.....
mas voa tão longe que........
nem sei......

sexta-feira, 4 de julho de 2008

cadernos

os cadernos já não me dizem apenas conceitos, cronogramas, me dizem palavras aleatórias subjetivas, poéticas-piegas, sujas-duras, concretas-dadaístas.