segunda-feira, 18 de maio de 2009

O Colar de Pérolas


Naquela noite embaçada e interessante,
perdeu seu colar de pérolas.

Os olhos profundos e doces sentiram-se ameaçados e como todo escorpião desconfiado: Fugiu.

Fugir é um verbo feio que não combina nem com escorpiões nem com aquela mulher forte, então prefiro analisar a cena de forma sutil e dizendo que ela “tomou uma atitude”.

Por medo, desconforto, por tantos pensamentos geminianos, que brigam e se multiplicam; por tantas razões racionais capricornianas.....

Mas havia ficado intrigada com aquele Moço profundo, estranho, caótico e de outro mundo, que ela conheceu.

Chegou a duvidar de seu mundo, mas ficou pensando que máscaras e personagens não são coisas de piscianos .... talvez de atores...
Um Moço de água! Só poderia ser de sentimento!

O que me parece é que esse Moço veio de um “universo paralelo”.... de sei lá onde.... de um lugar que Angela costumava visitar: as profundezas!

A questão é que a tal mulher cansou de ser sexy symbol.

A única coisa que pensava era em como é bom deitar-se nos braços de um homem em quem se confia. E isso não tem a ver com casamento. Pensamento avançado demais para o seu tempo.

Abrir a porta da sua casa pra um estranho é algo perigoso. Pode não funcionar. Então ela repensou “ e se eu fizesse diferente?”

Não abriu nem a janela. Trancou tudo dentro da bolsa finíssima e saiu sem bater a porta, pois ainda tinha guardado o mínimo de classe.

E tudo isso quer dizer que.......o fato daquela mulher de um metro e setenta, loira, com pernas delineadas, ter saído em plena manhã vagando de salto alto e lápis preto escorrido, causou um certo incomodo na cidade.....

Mas ela passou pela avenida principal como quem sai pra comprar pão, de cabeça erguida. As pessoas que naquela manhã de segunda iam trabalhar chocaram-se com tamanha irreverência. Um ato revolucionário.
Naquela época, uma mulher sozinha, com trajes noturnos, sair amassada, descabelada, como quem sai de uma guerra, em pleno dia, mostrando-se humilhada e fugitiva de uma ação, provavelmente sexual, só poderia estar insana.

Mas tudo isso: as matérias de jornal, a censura na porta de sua casa, o interrogatório na polícia, o desquite do marido; não a abalaram.

O problema é que ficou sem seu colar de pérolas e junto com ele ficou uma curiosidade imensa de saber quem era aquele Moço que conheceu naquela noite turva e embriagada.

Um comentário:

  1. hola eu conoci a vc en el hostel de rio era su primer recital,,
    fue legal para vc,,,eu senti que vc tenia muito escudo conmigo,,, mais es una boa escritora..felicito y paravens
    goste de este escrito en especial
    animo para sua obra, y como mulher muita fe.
    espero seguir su obra
    mi contacto es
    www.frayackus.blogspot.com

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