terça-feira, 14 de julho de 2009

De casa pro sol

Saí de casa pra ver o sol
Há muito não o via
Toda desregrada
Vampira
De noite na rua
De dia escondida
Vim versar um pouco
na areia fria

Parecia que havia brigado com o mar
Gelaaaaaado...
Tava nessa de hibernar

Vim meditar com o sol
Encontrei casais invernais. Quentinhos
Abraçados, felizes, engraçadinhos.

Vontade e pânico
Foi o que me deu
Carinho, companhia
Foi o que pareceu
Lembrei de brigas, obsessão
Dormir abraçadinho
Ciúme, incompreensão
Cinema, sushi
“amor, você não me disse que era aqui?!”

Sai tentação
Nasci sozinha
Solitude é convicção
Ou nem tanto
Talvez seja esse pranto de menina sem pai
Querendo ser independente
Tentando esconder os seus ais.

A palavra é intolerância
Disfarçada de arrogância
“Você não quero, você não gosto”
Escondendo um terrível desgosto
De não ter com quem compartilhar
Aquela idéia, boas risadas
Hoje o mar.


Espetáculo sem platéia
Musica sem ouvinte
Poema sem leitor
Procuro alguém pra sanar essa dor.

A dificuldade tá no escolher
Me aparece um monte que
Não quero nem conhecer

Tudo assim querendo trepar
Nem perguntou meu nome
Nem me chamou pra dançar.

Gosto de conversa
Mas quando resolvem...
Já saio logo morrendo de pressa.
Papo bobo, superficial
Ou querem dar uma de intelectual

A questão não é o papo, o cabelo ou a idade
É que não apareceu alguém com afinidade
De corpo, mente e espírito
Todos que chegam já digo e repito
Meu filho não mexe com isso não
To ficando contigo por falta de opção
To procurando... depois me chamam intolerante
Eu só resolvi te dar uma chance
Mesmo já sabendo qual ia ser o final
Sozinha, deprimida, sempre no inferno astral.
Deixa isso quieto, prefiro não complicar
Pega teu rumo
Cê pra lá e eu pra cá
Fugi, saí correndo,
Já soltaram logo o veneno
Essa é a menina
Que faz cara de contente
O cara tenta, se esforça, e ela sai pela tangente.
Difícil segurar!
Já foi de tantos homens,
mas agora quer um par.

Vai continuar vagando de mesa em mesa,
de bar em bar.
Na esquina, no cruzamento, na rua
Eu já vi ela procurando até na lua!

O problema é que não põe o pé no chão
Quer um príncipe encantado
que no 1° dia lhe peça a mão

Pobre garota sonhadora
Quer o cara perfeito
No amor ser ganhadora

Vive em casa perdendo a viagem
Na vida desperdiçando oportunidade
De se misturar
De outras pessoas encontrar

Sonhando com o moço encantado
Um dia vira estrela e o sol seu namorado.

5 comentários:

  1. às vezes a poesia parece uma luz no fim de um buraco, que está dentro da gente.
    um corte, um talho na textura da pele sensível.
    o que sai é verso,
    o reverso de nós,
    a releitura dos nós.

    Kd vc?
    aparece em um evento aqui da Casa Poema.
    inté

    ResponderExcluir
  2. Isso é música? Você compõe? Porque, apesar de eu não tocar instrumento algum, e de adorar e escrever poemas, acho que esse aí daria uma música...

    ResponderExcluir
  3. larissa, os poetas como você, são mais bonitos pelas formas que eles criam de enxergar a vida, o mundo, do que pelas belas palavras que usam e desse talento que você possui de se expressar por elas. dá gosto.

    grande abraço

    ResponderExcluir
  4. Ei Moça
    Kd vc?
    Kd os poemas?
    Deixou contato com quem na casa poema?
    Bom continuo no aguardo.
    Vc já viu www.oeumesmo.blogspot.com
    Me diz o q vc acha.

    inté

    ResponderExcluir
  5. Que poema lindo. Fazia um tempo que eu não me comovia diante de um poema com esse tema. Estou escrevendo com aquela sensação de arrepios sabe? rsrsrsrs puxa, não estava conseguindo encontrar o blog. depois explico. Olha, sou o percussionista do arte em andamento. Nos encontramos na festa criolina, lembra? pois é. vou deixar meu e-mail na sua p[ágina do orkut. Um beijo

    ResponderExcluir